As varinhas mais trochas

Ter, 06 de Janeiro de 2009 14:56

Confesso que fui um leitor voraz dos livros do Harry Potter, de J. K. Rowling. Suas estórias, além de diversão garantida em momentos de stress, trazem um inevitável desejo de ter uma varinha mágica e resolver quase tudo num passe de mágica. Pois bem, acreditem ou não, estamos muito perto de ter nossa própria varinha mágica. Aliás, já tive uma quando era criança... Era um cabo de vassoura que usava para, magicamente, desligar a TV sem precisar levantar da cama. Felizmente minha primeira varinha rapidamente evoluiu para o controle remoto, bem mais prático e poderoso. Entretanto, com esse mesmo raciocínio, teremos muito em breve varinhas mágicas mais poderosas que a de Harry Potter. Aliás, nós já as temos, estamos apenas capacitando-as de mais poder e versatilidade para, aí sim, tornarem-se magicamente imprescindíveis. Nossa varinha mágica é o telefone celular. Muitos de nós já realizam diversas façanhas com nosso telefone celular além de simplesmente falar, mas, em poucos anos, portar um celular no bolso será garantia de mágicas incríveis. A integração de suas (atuais e futuras) tecnologias de conectividade, como o WiFi, Bluetooth, IrDA, RFID e WiMax, nos permitirá interagir intensivamente com o ambiente a nossa volta. O telefone celular será nosso controle remoto genuinamente universal, que permitirá que abramos as cortinas de nossa sala, acendamos as luzes do quintal, liguemos o ar condicionado de nosso quarto, entre muitas outras magias. Através dele, será comum mandarmos encher a banheira antes mesmo de chegarmos em casa, ou então mandarmos preparar o café antes de levantar da cama. Poderemos usá-lo para pagar nossas compras, o ingresso do cinema e a passagem do ônibus. Como uma legítima bola mágica de cristal, poderemos descobrir onde estão nossos amigos e o que eles estão fazendo agora. Os limites são infinitos. Usaremos o celular para ver quem está tocando a campainha, mesmo que não estejamos em casa. Usaremos o celular para batermos ponto no trabalho. Usaremos o celular até mesmo para pedir outro chopp na mesa do restaurante.  Tudo isso acontecerá através de comandos de voz. Você falará os comandos desejados ao celular (sem precisar tirá-lo do bolso), esse checará as permissões de acesso e, através das citadas tecnologias de conectividade, interagirá com os demais equipamentos eletrônicos a sua volta. Impossível não lembrar de Harry Potter gritando Alohomora para as portas do castelo de Hogwarts e essas magicamente se abrindo a sua frente... A utilização do celular como dispositivo de entrada dos comandos permitirá que os dispositivos efetivamente controlados (a cortina, a banheira, a cafeteira...) possuam menos inteligência e sejam mais baratos. Quem interpretará os comandos, checará as permissões, administrará conflitos, será o celular e os dispositivos controlados apenas obedecerão aos comandos. Tão simples como desligar a TV com o cabo da vassoura. Praticamente todas as tecnologias básicas aqui citadas já existem de fato, mas são comuns apenas nos folders de construtoras de edifícios inteligentes ou em textos especializados. O próximo passo será trazê-las para nosso cotidiano, usando o telefone celular como ferramenta de integração. Nem Dumbledore faria melhor...